Consumo brasileiro deve seguir resiliente, aponta Opep

A guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos este mês com a imposição de tarifas às importações está levando a indústria do petróleo a se preparar para uma menor demanda global pela commodity em meio à desaceleração da economia mundial.

Em relatório divulgado na segunda-feira (14/4), a Opep cortou em 150 mil barris/dia as previsões de crescimento da demanda global por petróleo em 2025.

Com isso, a estimativa agora é de um aumento do consumo de 1,30 milhão de barris/dia este ano.
Apesar da pausa de 90 para a implementação das tarifas, as maiores taxas sobre o comércio com a China seguem válidas.

No entanto, o Brasil pode estar na contramão da tendência global.

Segundo o cartel, a expectativa é que o consumo no país continue resiliente, mesmo em meio à guerra comercial.

A Opep lembra que o Brasil já estava adotando uma política monetária para lidar com a alta na inflação antes do anúncio das tarifas.

Por isso, manteve as projeções de crescimento da economia nacional, com a expectativa de aumento do PIB brasileiro de 2,3% em 2025 e 2,5% em 2026.

Além disso, a Opep acredita que o cenário internacional poderia até mesmo favorecer o agronegócio nacional, um dos setores que mais impulsiona a demanda por diesel no país.

“O Brasil está relativamente bem posicionado e pode até mesmo se beneficiar da situação atual. Por exemplo, as tensões comerciais entre os EUA e a China podem aumentar a demanda chinesa por exportações agrícolas brasileiras”, diz o documento. Mas a indústria de petróleo brasileira não deve sair ilesa da turbulência global.

O aumento dos custos de desenvolvimento offshore e as pressões inflacionárias podem atrasar projetos de produção previstos para entrar em operação no Brasil em 2026, segundo a Opep.

O cenário é ruim, sobretudo num contexto em que o país corre para abrir novas fronteiras, com a expectativa de intensificar a exploração em águas profundas na Margem Equatorial.

Autor/Fonte/Veículo: eixos

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